quinta-feira, 17 de junho de 2010

Coreia do Norte: Governo, economia e a Igreja

Governo e economia
Atualmente, a Coreia do Norte é um Estado comunista controlado ditatorialmente por um homem - o presidente Kim Jong-Il.

Em setembro de 2008, Kim Jong-Il não compareceu a um importante desfile militar. Surgiram boatos de que ele estaria enfermo, e especulou-se sobre quem seria seu sucessor. No entanto, o presidente reapareceu em público, reafirmando seu poderio.

O dirigente comunista norte-coreano Kim Jong-Il foi eleito por unanimidade para o Parlamento na eleição de 8 de março de 2009. Ele teve 100% dos votos1. O país tem sido profundamente marcado por um "culto à personalidade" que elevou o falecido ditador King Il-Sung, pai de Kim Jong-Il, à posição de deus.

O governo utiliza severos controles para incutir essa ideologia sobre cada cidadão, que inclui o culto a Kim Il-Sung e a seu filho Kim Jong-Il, o atual presidente. Todas as religiões contrárias a esta ideologia são proibidas. A nação permanece fechada para o mundo exterior, porém as dificuldades econômicas e a fome crescente geraram alguma abertura, especialmente para ministérios de cunho social.

Mais da metade da força de trabalho (64%) atua na indústria e serviços. Apesar de alguma modernização, a fome ainda é um problema social. Problemas sistemáticos, como a ausência de solo cultivável, a existência de fazendas coletivas e a falta de tratores e combustível, têm levado a Coreia do Norte a uma sequência de períodos de escassez de alimento iniciada em 1996.

A Igreja
Menos de 2% da população é cristã, apesar de o cristianismo ter uma longa história na região. Antes da guerra, o país era palco de um avivamento. A capital, Pyongyang, abrigava quase meio milhão de cristãos, constituindo na época 13% da população. Após a guerra, muitos cristãos fugiram em direção ao sul ou foram assassinados.

Atualmente, há quatro igrejas na cidade - duas protestantes, uma católica e outra ortodoxa -, mas são basicamente "igrejas de fachada", servindo à propaganda política.

Quase todos os cristãos na Coreia do Norte pertencem a igrejas não-registradas e clandestinas. O culto deles se constitui de um encontro "casual" de dois ou três deles em algum lugar público. Lá eles oram discretamente e trocam algumas palavras de encorajamento.

A perseguição
A perseguição aos cristãos foi intensa durante o período de dominação japonesa, especialmente devido à pressão exercida pelos dominadores para a adoção do xintoísmo como religião nacional. Desde a instalação do regime comunista, a perseguição tem assumido várias formas. Em um primeiro momento, os cristãos que lutavam por liberdade política foram reprimidos. Depois, o governo tentou obter o apoio cristão ao regime, mas como não teve êxito em sua tentativa, acabou por iniciar um esforço sistemático para exterminar o cristianismo do país. Edifícios onde funcionavam igrejas foram confiscados e líderes cristãos receberam voz de prisão. Ao serem derrotados na Guerra da Coreia, soldados norte-coreanos em retirada frequentemente massacravam cristãos com a finalidade de impedir sua libertação.

Ser cristão é perigoso na Coreia do Norte; por isso o país ocupa, pelo sexto ano consecutivo, a primeira posição na Classificação de países por perseguição. O Estado não hesita em torturar e matar qualquer um que possua uma Bíblia, esteja envolvido no ministério cristão, organize reuniões ilegais, ou até que tenha contato com outros cristãos (na China, por exemplo). Os cristãos que sobrevivem às torturas são enviados para os campos de concentração. Lá, as pessoas recebem diariamente alguns gramas de comida de má qualidade para sustentar o corpo que trabalha por 18 horas. A menos que aconteça um milagre, ninguém sai desses gigantes campos com vida.

Em setembro de 2007, a revista Newsweek destacou o drama dos cristãos norte-coreanos. Um desertor, Son Jong-Nam, converteu-se quando fugiu para a China, onde conheceu um grupo de missionários cristãos. Após certo tempo, ele voltou ao seu país como missionário. Lá, foi detido e acusado de ser espião. Atualmente, ele está no corredor da morte em Pyongyang. Son cresceu em boas circunstâncias por ser filho de um alto oficial. De acordo com a Newsweek, a esposa dele, grávida, perdeu o bebê depois de ter sido espancada durante um interrogatório na Coreia do Norte, por ter criticado o controle de alimentos de Kim Jong-Il.

Desde o final do século 19, cerca de cem mil norte-coreanos mantêm a fé cristã clandestinamente, segundo cálculos da Newsweek. Até mesmo Kim Il-Sung, o primeiro ditador da Coreia do Norte, falecido recentemente, veio de uma família cristã devota.

De acordo com missionários, os cristãos norte-coreanos mantêm suas Bíblias enterradas nos quintais, embrulhadas em plásticos. Alguns pastores na China oram por doentes e pregam através de interurbanos feitos por telefone celular, segundo a reportagem. Tudo isso num intervalo de tempo que vai de cinco a dez minutos. Os "cultos telefônicos" têm de ser rápidos, e muitas vezes são interrompidos bruscamente, porque a Coreia do Norte usa rastreadores para localizar os telefones.

Fontes: